2° Bienal Internacional Graffiti Fine Art
Exposição e shows marcam Dia
do Graffiti na Ação Educativa
Pelo décimo ano consecutivo,
a Ação Educativa se tornou palco de uma grande celebração no dia 27 de março,
Dia do Graffiti. Cerca de 300 pessoas lotaram a sede de organização, no centro
de São Paulo, durante os shows, intervenções no prédio e abertura de exposição
que marcaram a data.
Neste ano, o Núcleo de
Graffiti da Ação Educativa reuniu 14 coletivos atuantes nas periferias e no
centro da capital, e também na Grande São Paulo, na organização de uma
exposição com 28 trabalhos em tela e em outros suportes para celebrar a
data. Como nas outras edições, obras de adolescentes que cumprem medida
socioeducativa em regime de internação na Fundação Casa também foram escolhidas
para integrar a exposição.
Homenageado
O Núcleo de Graffiti também
foi responsável por escolher um homenageado, que neste ano foi o artista
Alexandre Luis da Hora Silva. Niggaz, como era conhecido, faleceuaos 21 anos,
em 2003, e deixou um legado com obras marcantes e conhecidas do Grajaú à Vila
Madalena (leia mais sobre a trajetória de Niggaz aqui)
e também influências para toda uma geração.
“Quem buscar conhecer o
graffiti de São Paulo, vai se deparar com as obras do Niggaz. Ele tinha um
estilo marcante no traço, nas cores, tanto que, dez anos depois, ainda é
referência para gente”, afirma André Firmiano, educador do projeto Arte na Casa
que também participou da organização do evento e das intervenções feitas na
fachada do prédio da Ação Educativa.
O grafiteiro Threiiiz,
também educador do Arte na Casa e do grupo curatorial, afirma que a escolha do
homenageado também se deu por sua capacidade de romper barreiras. “O Niggaz
rompeu barreiras de distância física, econômica e artística. Ele quebrou o
silêncio da periferia numa época muito mais difícil”, diz.
Intervenção
Como parte das atividades
comemorativas, a sede da Ação Educativa recebeu novas cores. A fachada, os
murais da entrada e do hall do prédio ganharam nova pintura, feita por
coletivos e artistas convidados. Um deles, o Comunidade Viva, de Mauá, desenhou
no hall de entrada uma representação da Santa Morte. “É uma figura muito
popular da cultura mexicana e é um representante dos renegados. Tem tudo a ver
com a cultura do graffiti”, afirma a grafiteira Lela.
Além do Comunidade Viva,
deixaram sua marca no prédio os coletivos 5 Zonas, Abayomi, Arte na Casa,
Cedeca interlagos, Coletivo 132, Coletivo Água Branca, Desviolências, Cura,
Imargem, Nev Crew, Nueve Polar, São Mateus em Movimento e Stencil BR. Para
conferir as intervenções, basta passar na Ação Educativa no horário de
funcionamento do prédio, das 8h às 22h.
Já a exposição comemorativa
fica aberta à visitação de segunda a sexta-feira, das 10h às 20h, e aos
sábados, das 10h às 14h, até o dia 26 de abril. A Entrada é gratuita. Para
Rodrigo Medeiros, assessor do programa de Cultura da Ação Educativa, a
exposição é uma oportunidade de conhecer obras de grupos e artistas de todas as
pontas da cidade. “Como não dá para percorrer a cidade toda para ver estas
obras, a gente reúne uma parte delas aqui”, afirma.
A celebração do Dia do
Graffiti 2013 faz parte das atividades do Espaço Cultural Periferia no Centro,
projeto da Ação Educativa contemplado como Ponto de Cultura pela Secretaria de
Cultura do Governo do Estado de São Paulo e pelo Ministério da Cultura.
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