2011

Exposição 16 X Arte: pelo fim da violência contra a mulher


A exposição 16xArte: pelo fim da violência contra a mulher,  com curadoria do projeto Imargem e realização em parceria com Instituto Sou da Paz, foi realizada na cidade de São Carlos, interior paulista, sendo exposta de 03 de Junho à 01 de Julho de 2011. 

Entre dezembro de 2010 e maio de 2011, a exposição passou por duas estações da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) na capital paulista e agora segue para interior a convite da Prefeitura de São Carlos.




Foto detalhe da exposição - na imagem à esq. G.RIF.Maças Podres na janela a garrafa de poesias é do Sola e a foto ao fundo da Emanuela Rosa.



A cada 15 segundos uma mulher é vítima de violência no Brasil. Na América Latina, 1 em cada 3 mulheres já sofreu violência. Diante da gravidade do problema, organizações do mundo todo – entre elas o Instituto Sou da Paz – participam anualmente da campanha dos 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher. Durante os 16 dias – que no Brasil vão de 20/11 a 10/12, por conta do feriado da consciência negra - são realizadas atividades de mobilização, conscientização e sensibilização da sociedade para o tema. Este ano, o Instituto Sou da Paz em parceria com o coletivo Imargem – composto por artistas da zona sul de São Paulo - e com o apoio da marca de absorventes femininos Sempre Livre, da Johnson & Johnson, e da CPTM estão organizando a exposição 16 vezes arte: pelo fim da violência contra a mulher. 


A exposição reúne obras de 16 artistas da grande São Paulo, entre fotógrafos, poetas, grafiteiros e artistas plásticos que vão retratar o tema por meio de sua arte. O objetivo é sensibilizar e mobilizar os moradores da região Sul da cidade de São Paulo para a urgência do fim da violência contra as mulheres. 

Os artistas convidados são jovens, mulheres e homens, que atuam na cidade, criando intervenções e situações provocadoras em espaços públicos. “Esperamos com a exposição alertar as pessoas para este grave problema que afeta mulheres do mundo todo e promover em quem estiver passando pela estação de trem a reflexão sobre os impactos deste tipo de violência – que pode se manifestar de diferentes formas: cultural, psicológica, física”, explica Gabriel di Pierro, coordenador do projeto Juventude, Gênero e Espaço Público do Instituto Sou da Paz. O projeto já atua na região há cerca de 3 anos promovendo oficinas de comunicação com jovens sobre prevenção da violência de gênero.

Ausência de paternidade


Segundo o IBGE, o número de mulheres é bem maior do que o de homens, no Estado de São Paulo há cerca de 4 milhões de pessoas do sexo feminino a mais em relação às do sexo masculino. Isso deve-se ao aumento da taxa de mortalidade por homicídio entre jovens de 15 a 24 anos.

Com que fator podemos relacionar este índice?

Crime do Abandono
O número de menores infratores internados em instituições sócio educativas em todo Brasil, cresceu 28% entre 2002 e 2006, passando de 12.051 para 15.426 em 4 anos. Especialistas (psicólogos, sociólogos) parecem já ter encontrado uma resposta para este aumento no número de crianças e jovens infratores: A AUSÊNCIA PATERNA.

Uma pesquisa realizada pela Fundação Casa-SP (FEBEM) em 2006, apontou que mais da metade dos internos viviam apenas com a mãe – essa é uma situação muito semelhante a do resto do país.

A liberdade sexual vivida principalmente a partir dos anos 60, sob influencia do movimento hippie, resultou no nascimento de milhares de crianças criadas por mães solteiras ou que acabaram sendo entregues a adoção . Sem suporte de uma família com orientação paterna efetiva, muitos desses jovens acabam marginalizados. Estimativas apontam que 60% dos pais que tiveram filhos na adolescência, acabaram se separando após 1 ano de relacionamento, isso representa um volume de 400 mil crianças envolvidas em casos de separação todos os anos.

Com o passar dos anos, esse quadro se agravou de forma preocupante, e culminou na superlotação das unidades da FEBEM em todo país (principalmente SP, MG e RJ). De acordo com a Fundação Casa 51% dos jovens conviviam apenas com a mãe, de acordo com a psicóloga Magdalena Ramos (Núcleo do Casal e Família PUC-SP), a “função paterna esta muito ligada à lei. A mãe tem papel mais próximo de dar carinho e acolhimento, então cabe ao pai mostrar limites à criança desde pequena. Sobrecarregada algumas mães não conseguem assumir as duas funções, e sem o cumprimento da função paterna, a criança pode apresentar problemas sério no futuro”.

Porém, cerca de um quarto das famílias brasileira são mantidas apenas pela mães, que são obrigadas a se desdobrar para suprir a falta de pai em casa, embora muitas dessas mulheres consigam dar uma boa educação aos filhos, é muito difícil cumprir as duas funções em tempo integral. Às vezes por ter uma baixa renda, a mãe acaba sendo obrigada a mudar de casa com freqüência, pois tem dificuldades para pagar o aluguel. E os filhos pequenos são os pontos mais frágeis na etapa de adaptação ao espaço. Por auto-afirmação, falta de lazer, não terem onde ficar após sair da escola, impulso ou pressão para ser aceito no novo grupo, o jovem acaba aceitando fazer coisas que normalmente não aceitaria como consumir drogas ou praticar delitos. Isso é reforçado pelo fato de 69% dos menores internos na FEBEM em 2006, serem primários.

O filósofo Marcelo Perine (PUC-SP),  diz que em alguns bairros de classe média 30% dos jovens também se envolvem com criminalidade e drogas.

O que nos leva a pensar que, o que também falta é a criação de política pública para melhorar a educação das crianças e adolescentes, mas não somente nas salas de aula, mas na questão estrutural principalmente desde o planejamento familiar, investindo na formação do indivíduo, reforçando a paternidade responsável. Os pais precisam saber que para ter filho é necessário primeiro querer, e depois ter condições de sustentá-lo: FINANCEIRA e AFETIVAMENTE. O pai não deve ser obrigado a morar com a mãe se ele não quiser, mas ele deve saber que ser pai não é somente pagar pensão.

A LEI PUNE COM PRISÃO O PAI QUE DEIXA DE PAGAR PENSÃO ALIMENTÍCIA, MAS AINDA ASSIM NÃO GARANTE A DEVIDA ATENÇÃO AOS FILHOS.

REFERÊNCIAS
·         Subsecretaria de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente
·         Freitas, L.A.P. – Adolescência, família e drogas – R.J. – editora Mauad. 2002 








 

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ManiFestão - Lançamento do projeto edição 2011/2012

Proposição de uma série de intervenções, vivências e jornadas de aprendizagem que articulam os eixos: arte, meio ambiente e convivência no bairro do Grajaú, na Apa Bororé Colônia e suas imediações. Os Processos envolvem distintas etapas: a sensibilização ambiental, a articulação comunitária, a expressão artística, a autogestão, a criação coletiva e as manifestações públicas. 



Objetivos

- Envolver e mobilizar os agentes marginais.

- Sensibilizar o jovem acerca do local onde vive, da sua riqueza e da sua importância.

- Despertar a noção de pertencimento coletivo e respeito ao lugar onde se vive.

- Reconhecer junto com os moradores as possibilidades de ação em prol da conservação do meio-ambiente.

- Instruir práticas saudáveis, motivando o consumo consciente.

- Articular coletivos a favor da educação ambiental urbana.

- Proporcionar situações que visem romper com o isolamento cultural, social e econômico da população local por meio da articulação dos eixos arte, meio-ambiente e convivência.

- Sensibilizar a população local sobre o valor da etnobiodiversidade.



A atividade principal que marcou esse mês de julho de 2011 no projeto foi o Manifestão, festa no bairro, com divulgação das ações e das concepções defendidas no Projeto , como a conservação das áreas; a apropriação dos espaços públicos pela população; a sustentabilidade das ações; a necessidade de construção de iniciativas de convivência e conservação do meio ambiente.


Arte nas proximidades da rotatória do Jd. Eliana  marca a entrada na APA Bororé-Colônia, entre a Av. Belmira Marin e a Estrada do Barro Branco. Os Agentes Marginais instalaram  nos barracos próximo a rotatória os painéis expostos nas janelas da Pinacoteca do Estado de São Paulo em 2009. Esses painéis ficaram expostos por um longo período nas janelas externas da Pinacoteca no projeto intitulado Vazão da Margem, ilustrando o movimento da arte da margem da cidade chegando ao centro. Num movimento contrário, os painéis voltam às margens, sendo expostas na comunidade.

 

Apresentação do projeto 2011/2012 - Cortejo - Intervenções artísticas-   e a exibição do Documentário "Grajaú, onde São Paulo Começa" ao ar livre.

 A apresentação do projeto ocorreu informalmente, com uma roda de conversa e, com o uso de cartões, os eixos temáticos e as diversas atividades que compõe o projeto foram mostrados e discutidos por todos naquele momento, foi dada uma pincelada em como será o projeto e como é impossível tratar de meio ambiente sem falar em convivência e participação popular.
 



Dinâmica de apresentação do projeto. Detalhe dos cartões utilizados com algumas atividades a serem realizadas durante o projeto.


 

 O cortejo contou com cerca de 20 pessoas que percorreram toda a Estrada da Ligação guiados pelo Carrito, dispositivo artístico criado pela artista plástica Floriana Breyer. As pessoas levavam cartazes com fotos da região, da represa, dos bairros que retratavam algumas ações do projeto Imargem, ilustrando o tema do meio ambiente. 
No trajeto encontravamos grupos de graffiteiros pintando muros a cada quadra, num encontro  triunfante e barulhento, em meio o caos de final de semana da Estrada da Ligação.


 No retorno do cortejo, as pessoas da comunidade presentes na rua foram mais bem informadas sobre o motivo de tal celebração e também foram convidadas a assistir o filme sobre o Grajaú.

Nesta dia também foi exposto o trabalho de restauro das obras do Imargem e lançamento de catalogo, no âmbito do projeto VAI da Secretaria Municipal de Cultura.
As obras e suas caixas ficaram expostas durante todo o evento, compondo com o cenário até depois do entardecer quando foi exibido  o lançamento do documentário Grajaú: onde São Paulo começa, de João Cláudio Senna.


 



  Lançamento do documentário "Grajaú: onde São Paulo começa" de João Claudio Senna