Neste ano de 2012 o Imargem vem dando continuidade ao projeto desenvolvido em parceria com a Associação Prosciencie e apoio da Secretaria do Verde e Meio Ambiente via o edital FEMA 6.
Proposição de uma série de intervenções, vivências e jornadas de aprendizagem que articulam os eixos: arte, meio ambiente e convivência no bairro do Grajaú, na Apa Bororé Colônia e suas imediações.
Os processos envolvem distintas etapas: a sensibilização ambiental, a articulação comunitária, a expressão artística, a autogestão, a criação coletiva e as manifestações publicas.

Objetivos:
- Envolver e mobilizar os agentes marginais.
- Sensibilizar o jovem acerca do local onde vive, da sua riqueza e da sua importância.
- Despertar a noção de pertencimento coletivo e respeito ao lugar onde se vive.
- Reconhecer junto com os moradores as possibilidades de ação em prol da conservação do meio-ambiente.
- Instruir práticas saudáveis, motivando o consumo consciente.
- Articular coletivos a favor da educação ambiental urbana.
- Proporcionar situações que visem romper com o isolamento cultural, social e econômico da população local por meio da articulação dos eixos arte, meio-ambiente e convivência.
- Sensibilizar a população local sobre o valor da etnobiodiversidade.
Iniciamos esta etapa do projeto em Julho de 2011 e de lá para cá muitas coisas vivemos e realizamos junto aos jovens Agentes Marginais, dentro de muitas atividades inspiradoras, encontros motivadores e momentos inesquecíveis aprendemos em todo a caminhada do projeto.
Sem mais delongas, convidamos você a navegar pelas paginas desta historia entrando no blog dos agentes www.agentesmarginais.blogspot.com.br
9º Encontro Niggaz de Graffiti
Nos dias 26 e 27 de Maio aconteceu o 9º Encontro
Niggaz, um dos maiores encontros de graffiti do país e que contou com a
produção dos agentes marginais, assim como foi a oportunidade destes jovens
agentes entrar em contato com a diversidade do graffiti da cidade e a magnitude
da cultura do graffiti. Mas o principal função foi a integração e a mobilização no trabalho coletivo, na certeza de estar contribuindo para a cultura do graffiti.
Veja o vídeo produzido por Peu Pereira:
Vídeo produzido por Kaká Martins:
Festa das APAs e IV Rota Gastronômica do Cambuci
Os agentes participaram da Festa das APAs 2012, realizamos uma pintura a partir de elementos e pigmentação natural, como por exemplo Serragem, Urucum, Carvão, Lodo e folhagem seca. Foi um momento muito
rico, pois reconhecemos outros atores da área de proteção aos mananciais e participantes dessa gestão de protetores do meio ambiente.
AVALIAÇÃO
PROJETO IMARGEM: Arte, Meio Ambiente e Convivência
Para consolidar o aprendizado e avaliar o projeto, nos reunimos no dia
12 de outubro de 2012 em que, guiados pela necessidade de identificar os pontos
altos e baixos do processo, relemos os catorze relatórios para relembrar as
situações e relatos que deem pistas para mensuração do impacto do projeto na
região e no público alvo direto e indireto. Nesse processo de avaliação também
retornamos aos objetivos iniciais do projeto e de cada atividade em específico.
COLETIVO
Os quinze meses
de desenvolvimento do projeto IMARGEM, financiado pelo FEMA 6 entre junho de
2011 e agosto de 2012, foram marcados por muito aprendizado e união, estruturado
pela construção coletiva. Todos os participantes do projeto (coordenadores,
educadores, jovens e parceiros) se envolveram como construtores da expansão da
atuação do Coletivo IMARGEM no Grajaú neste período. O sentimento compartilhado
é que somos todos eternos aprendizes e que compor a história do próprio bairro
em conjunto é uma oportunidade muito rica de exercer a cidadania. O processo de
construção deste projeto foi muito valioso e foi realizado por uma equipe composta
por pessoas com histórico de engajamento político sócio ambiental,
intensificado pela escolha em lidar com o projeto desde sua elaboração,
planejamento e gestão de forma coletiva e participativa. Assim, avaliamos que
um ponto forte do projeto foi o planejamento e a gestão financeira onde houve
um esforço coletivo de fazermos isso de forma participativa.
O próprio corpo
de educadores, assim como a entidade proponente do projeto, pode sentir
aperfeiçoamento profissional. Para quase todos, foi a primeira vez que
trabalhavam na construção de um programa pedagógico autônomo e participativo.
Além disso, o projeto proporcionou o desenvolvimento de habilidades como organização,
escrita, sistematização, empoderamento de documentos e independência.
OBJETIVOS CUMPRIDOS
Em linhas
gerais, o principal resultado do projeto foi a atual ampliação do Coletivo
IMARGEM consolidando sua atuação como grupo de artistas locais, com a formação
de novos Agentes Marginais. Avaliamos que o projeto obteve sucesso, já que os
objetivos foram alcançados: 1) os Agentes Ambientais foram capacitados e
multiplicados; 2) houve a sensibilização do jovem acerca do local onde
vive, da sua riqueza e da sua importância; 3) foi despertada a noção de
pertencimento coletivo e respeito ao lugar onde se vive; 4) foram realizadas
atividades com a comunidade onde se pode reconhecer junto com os moradores as
possibilidades de ação em prol da conservação do meio-ambiente; 5) dentre as
atividades realizadas, foram incentivadas práticas saudáveis, motivando o
consumo consciente, 6) houve articulação dos coletivos a favor da educação
ambiental urbana; 7) ocorreram situações que visaram romper com o isolamento
cultural, social e econômico da população local por meio da articulação dos
eixos arte, meio-ambiente e convivência e 8) a população local foi
sensibilizada sobre o valor da etnobiodiversidade.
ADESÃO DE JOVENS
Mesmo
considerando que muitas pessoas passaram pelas atividades do projeto ao longo
do ano, podemos afirmar que ao menos dez jovens se consideram AGENTES MARGINAIS
e compõe hoje o Coletivo IMARGEM, engajados com o ativismo artístico e
ambiental. Os novos agentes ambientais são: Vini, Indi, Daniel, Titan, Caio,
Paula, Philipi, Felipe, Vareta e Derek. Gostaríamos muito de poder mensurar o
impacto da participação do projeto na vida de cada um, a fim de sistematizar as
mudanças que o projeto proporcionou. Mesmo não tendo feito isso, podemos vislumbrar
que as principais mudanças estão relacionadas às escolhas e atitudes que cada
um tem tomado, imprescindíveis também para o processo de amadurecimento que
eles estão passando nesta fase da vida.
Temos
consciência que não alcançamos o número de jovens previsto para compor o grupo
de novos Agentes Marginais. Porém, percebemos que o perfil do jovem que poderia
se atrair pela proposta do projeto não seria tão comum de se encontrar. Apenas
ter interesse pela arte e meio ambiente não era o suficiente para selar o
compromisso com as atividades propostas. O eixo convivência demandou uma
participação maior do jovem, já que durante todo o projeto eles foram
incentivados a criar ativamente um olhar e uma linguagem própria de um coletivo.
Mais do que isso, o que foi incentivado durante todo o tempo foi protagonismo
juvenil, a autonomia na tomada de decisões de planejamento e ações e isso, em
qualquer realidade, se encontra em um número reduzido de pessoas. Por isso, nos
sentimos satisfeitos com o número de jovens que acabou se envolvendo e que abraçaram
a ideia do projeto.
PARCERIAS
As diversas
reuniões realizadas com os parceiros foram essenciais, uma vez que nossa ação
se dá diretamente no território de outros atores socioculturais locais e um de
nossos objetivos centrais foi a articulação de parcerias e atuação conjunta nos
temas de interesse comum. Por outro lado, pudemos perceber que a articulação
entre os parceiros não foi tão frutífera quanto o esperado porque cada entidade
(Cedeca, Projeto Anchieta, Vento em Popa) estava focada em suas atividades
internas em processos de finalização de projetos. Com isso, o IMARGEM viveu um
momento de entre safra de jovens nas entidades parceiras, o que proporcionou
menos intercâmbio entre os jovens de diferentes projetos do que o esperado.
Isso não significa que não conseguimos realizar trocas de experiências com os
parceiros. Também criamos muitas outras parcerias com entidade reconhecidas ao
longo do projeto onde tentamos com alguns sucessos, convergir a agenda com
outros projetos da região, criando situações de intercâmbio entre os jovens e
conteúdos. Certamente fizemos o possível para aproveitar as oportunidades para
que os jovens pudessem vivenciar na prática outras dimensões de atuação e de
discussão dos conteúdos abordados no projeto como aconteceu no evento do SESC
Santo Amaro, na parceria com o Projeto Cartograffite, na vinda de estrangeiras
para o projeto, na ação do Oasis do Instituto Elos no Cocaia, no intercâmbio
com os projetos Boa Praça e Planetarium (ambos financiados pelo FEMA), nos
eventos organizados pelo CEDECA e Ação Educativa, na atuação da Viração entre
outros exemplos pontuais.
Desde o início
do projeto, tivemos a opinião de que deveríamos nos articular e procurar adesão
de novos jovens nas escolas como uma forma de mitigar a falta de adesão de
jovens vindos das entidades parceiras. Foram inúmeras as tentativas de
aproximação, e sempre tivemos dificuldade de entrar e realizar atividades dentro
das escolas, que nunca facilitou o jovem a se sentir atraído pelo projeto.
Porém, acabamos conseguimos realizar um de nossos eventos públicos dentro da
escola e tivemos um feedback bastante positivo por parte da diretora da escola.
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